ESCRITORES DO AMANHÃ

 Hoje, o nosso Blog recebe a contribuição da aluna do 7° Ano, Adrielly Canuto. 

Fique conosco nesta leitura de hoje e não se esqueça de compartilhar com o máximo de pessoas que você conhece!

Escola Estadual América Florentino

Nossa missão é ensinar!!!




A Menina e a Floresta


Ninguém sabia muito sobre ela. Diziam que morava numa casinha de madeira no fim da trilha, onde o caminho deixava de ser estrada e se transformava em raízes, folhas secas e silêncio. Seu nome era Clara, mas poucos a chamavam assim — se é que alguém tinha coragem de chamá-la. Era pequena, magra, e andava com os olhos baixos, como se tivesse medo de encontrar os olhos dos outros.

Clara era tímida. Não do tipo que apenas evitava conversas; ela parecia carregar dentro de si um mundo inteiro que não sabia como traduzir em palavras. Quando os adultos perguntavam algo, ela respondia com um aceno ou um sussurro quase inaudível. As outras crianças riam, mas não por maldade — riam porque não entendiam. Clara era como um segredo vivo, andando entre elas sem se revelar.

Mas havia um lugar onde ela se sentia inteira: a floresta.

Todas as tardes, assim que o sol começava a se inclinar no céu, Clara desaparecia. Pegava o caminho de terra batida e se embrenhava entre as árvores. Lá, os ruídos da vila ficavam para trás, e ela podia respirar sem medo. O verde lhe fazia bem. As folhas murmuravam palavras que ninguém mais ouvia, e os pássaros pareciam cantar só para ela.

Clara conhecia cada árvore, cada pedra coberta de musgo, cada tronco oco onde os esquilos faziam festa. Ela falava com os animais, não com a voz, mas com o coração — e, curiosamente, eles pareciam entender. Um veado jovem se aproximava dela às vezes. Um corvo velho pousava nos galhos e a observava com olhos inteligentes. E havia uma raposa, de pelos alaranjados e olhar atento, que a seguia em silêncio por entre as trilhas ocultas.

Num canto escondido da floresta, onde as árvores se curvavam como em reverência, Clara havia criado um refúgio. Usando galhos, folhas secas e pedras lisas, ela construíra um pequeno altar à natureza. Ali, deixava flores, frutas colhidas, penas encontradas. Era sua maneira de agradecer, de dizer "obrigado".


Texto enviado pela aluna: Adrielly Canuto dos Santos

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